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Pólipos do cólon: visão geral do distúrbio digestivo

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Clínica Médica
Pólipos do cólon: visão geral do distúrbio digestivo

A maioria dos cânceres colorretais se origina a partir de pólipos. Identificá-los, classificá-los e decidir o manejo correto é uma das habilidades clínicas mais importantes na prevenção do câncer colônico.  Você sabia que até 50% dos adultos acima de 60 anos têm pólipos no cólon?

A maior parte é assintomática, mas alguns apresentam risco real de transformação maligna.  Neste artigo, reunimos os principais pontos que você, médico da atenção primária, gastroenterologista ou cirurgião, precisa saber para atuar com segurança na prevenção, rastreamento e manejo dos pólipos colônicos.

 

1. Pólipos não neoplásicos

  • Inflamatórios: associados a colite ulcerativa ou doença de Crohn. Não têm potencial neoplásico.
  • Hiperplásicos: geralmente pequenos e distais. Não apresentam risco de câncer quando isolados.
  • Hamartomatosos:

    • Juvenis: comuns em crianças, podem sangrar. Quando isolados, são benignos.
    • Síndromes genéticas: Peutz-Jeghers, Cronkhite-Canada, Cowden – associados a risco elevado de câncer.

2. Pólipos neoplásicos

  • Adenomas (pré-malignos):

    • Tipos: tubular, viloso, tubuloviloso
    • Características de risco:

      • ≥10 mm
      • Displasia de alto grau
      • Componente viloso
  • Serrilhados:

    • Hiperplásicos: benignos se <10 mm e distais
    • Pólipos serrilhados sésseis (SSP): com risco significativo de câncer, principalmente se ≥10 mm ou com displasia
    • Adenomas serrilhados tradicionais (TSA): com potencial maligno

3. Avaliação clínica e diagnóstica

  • Assintomáticos: maioria dos pólipos, detectados em exames de rastreamento
  • Sintomáticos: sangramento retal, tenesmo (retal), ou obstrução (lesões volumosas)
  • Colonoscopia com biópsia: padrão ouro
  • Histologia: essencial para diferenciar tipos e definir risco

4. Remoção endoscópica:

  • Polipectomia por alça: ideal para lesões maiores
  • Ressecção piecemeal: usada em lesões grandes ou planas
  • Cold snare: segura para pólipos pequenos

5. Critérios de risco para carcinoma invasivo (indicação cirúrgica):

  • Margem positiva;
  • Invasão >1 mm na submucosa;
  • Displasia de alto grau ou carcinoma intramucoso;
  • Invasão linfovascular;
  • Polipose múltipla e extensa.

Vigilância Colonoscópica

Tipo de pólipo Intervalo recomendado
1-2 adenomas <10 mm sem displasia de alto grau 7-10 anos
≥3 adenomas, ou ≥10 mm, ou com displasia 3 anos
SSP ≥10 mm ou com displasia 3 anos
<20 pólipos hiperplásicos <10 mm (distais) 10 anos
>20 pólipos serrilhados ou SSPs múltiplos 1–3 anos

 

O risco de câncer colorretal aumenta conforme o número, o tamanho e o tipo histológico dos pólipos. O acompanhamento individualizado é chave. Pólipos do cólon são lesões comuns, com grande importância clínica.  A atuação do médico de família e comunidade e do gastroenterologista é fundamental para a detecção precoce, remoção eficaz e acompanhamento vigilante, prevenindo complicações e reduzindo a mortalidade por câncer colorretal.

 

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