Obesidade infantil
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A suplementação de cálcio e vitamina D ainda é recomendação central no manejo da osteoporose, mas sua efetividade depende da população, da dose e do contexto clínico. Veja o que dizem as evidências mais recentes e como aplicar na prática.
A deficiência de vitamina D continua comum em adultos e idosos, reduzindo a absorção intestinal de cálcio e aumentando a secreção de paratormônio, o que promove reabsorção óssea e perda de massa óssea. Apesar disso, o papel da suplementação de cálcio e vitamina D na osteoporose permanece alvo de debate, especialmente quanto à real redução de fraturas em adultos da comunidade. O documento-base destaca que os maiores benefícios aparecem em pessoas institucionalizadas, idosos frágeis e indivíduos com baixa ingestão basal.
Ainda não existe consenso sobre a ingestão ideal para saúde óssea. Entretanto, meta-análises sustentam recomendações práticas:
• Mulheres na pós-menopausa: 1200 mg/dia de cálcio (total dieta + suplemento) e 800 UI/dia de vitamina D
• Homens e mulheres pré-menopausa com osteoporose: 1000 mg/dia de cálcio e 600 UI/dia de vitamina D
Evita-se o uso de megadoses anuais (como 500.000 UI), associadas a risco aumentado de quedas e fraturas.
A verdade é que leite, derivados, tofu com cálcio e bebidas vegetais fortificadas têm maior densidade de cálcio por porção. Já para vitamina D, peixes gordurosos, cogumelos expostos à luz ultravioleta e leites fortificados são as principais fontes. O texto reforça que pelo menos metade do cálcio deve vir da dieta quando possível. Suplementos são equivalentes em absorção, mas têm maior risco de efeitos adversos, especialmente nefrolitíase.
A suplementação é indicada quando a ingestão dietética é insuficiente, quando há osteoporose diagnosticada e quando o paciente usa medicamentos para osteoporose, já que a deficiência de vitamina D pode reduzir a resposta a bisfosfonatos e aumentar risco de hipocalcemia. Idosos com pouca exposição solar e pessoas com síndrome de má absorção também necessitam de reposição sistemática.
As principais orientações práticas incluem:
• Carbonato de cálcio é mais barato, mas depende da acidez gástrica; deve ser tomado com refeições.
• Citrato de cálcio é melhor opção para quem usa IBP ou tem acloridria.
• Doses acima de 500 mg de cálcio por tomada não aumentam a absorção.
• Vitamina D3 (colecalciferol) eleva melhor o 25(OH)D do que a vitamina D2.
A recomendação é não ultrapassar:
• Cálcio total: 2000 mg/dia
• Vitamina D: 4000 UI/dia
Efeitos adversos:
• Cálcio suplementar aumenta risco de nefrolitíase, diferentemente do cálcio alimentar.
• A relação entre suplementação de cálcio e eventos cardiovasculares é controversa, mas grandes estudos não mostram aumento de mortalidade.
• Vitamina D em níveis muito elevados (>50 ng/mL) pode estar associada a aumento de risco de quedas e alguns tipos de câncer, embora as evidências ainda sejam limitadas.
Cenários em que as necessidades podem mudar:
• Hipovitaminose D: exige doses maiores inicialmente.
• Hiperparatireoidismo primário: requer cuidado, mas suplementação moderada é segura.
• Doenças gastrintestinais e pós-gastrectomia: necessitam doses maiores devido à má absorção.
• Doença renal crônica: suplementação excessiva pode aumentar calcificação arterial.
• Sarcoidose e doenças granulomatosas: risco de hipercalcemia com vitamina D.
A relação entre suplementação e prevenção de fraturas varia conforme o contexto, como mostram os estudos descritos:
• Em idosos da comunidade, a maioria dos ensaios clínicos não mostra redução significativa de fraturas com suplementação isolada.
• Vitamin D isolada não reduz fraturas e megadoses anuais aumentam quedas.
• Em idosos institucionalizados, a combinação cálcio + vitamina D reduz fraturas de quadril e quedas, com hazard ratios entre 0,54 e 0,89 em estudos controlados citados pelo documento.
• O benefício parece depender de baixos níveis basais de vitamina D e ingestão insuficiente de cálcio.
A suplementação de cálcio e vitamina D é uma estratégia complementar no cuidado da osteoporose, mas seu efeito é modesto e altamente dependente do perfil do paciente. Dieta adequada, exposição solar moderada e avaliação individual do risco de deficiência são essenciais. A maior utilidade da suplementação ocorre em pacientes idosos, institucionalizados, com baixa ingestão basal ou deficiência comprovada.
Referência
Calcium and vitamin D supplementation in osteoporosis. UpToDate, 2025.

Gabriel Henriques Amorim é médico (CRM-SP 272307), especialista em Educação na Saúde pela USP e residente de Medicina de Família e Comunidade no Hospital das Clínicas da FMUSP. No blog da Manole, compartilha conteúdos práticos, baseados em evidências, voltados para o dia a dia do cuidado em saúde.
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