Doença de Alzheimer: causas, sintomas e tratamento

 

A Doença de Alzheimer (DA) é a forma mais comum de demência e, frequentemente, sua apresentação típica sendo a perda de memória recente e comprometimento funcional progressivo . No entanto, a DA pode se manifestar de diferentes maneiras, com variações nos sintomas.

Como a Doença de Alzheimer é diagnosticada?

O diagnóstico da Doença de Alzheimer envolve a identificação de certos sinais biológicos e exames específicos, como:

  1. Alterações no Líquido Cefalorraquidiano (LCR): A presença de uma redução da substância amilóide A-beta-42 ou uma razão aumentada entre as formas A-beta-40 e A-beta-42 no LCR pode ser um indicativo de DA.
  2. Exames de Imagem (PET): O aumento da retenção de amilóide no exame de tomografia por emissão de pósitrons (PET) é outro critério importante para o diagnóstico.
  3. Proteína Tau Fosforilada: A presença dessa proteína no LCR também pode ajudar a confirmar a doença.
  4. Testes Genéticos: Em casos raros, a DA pode ser causada por mutações genéticas autossômicas dominantes, identificadas em genes como PSEN1, PSEN2 ou APP.

Esses critérios permitem um diagnóstico mais preciso da DA, embora a manifestação dos sintomas possa variar entre os pacientes, o que pode gerar algumas dúvidas no diagnóstico.

Diagnóstico 

Como parte essencial, é importantíssimo para o tratamento apropriado do paciente, um diagnóstico preciso, ainda mais se tratando da doença de Alzheimer, condição com muitas variáveis que podem alterar a leitura do quadro do paciente.

Fatores de risco

 

O principal fator de risco para a Doença de Alzheimer é a idade avançada. A partir dos 60 anos, a incidência de demências, incluindo o Alzheimer, aumenta progressivamente, com o número de diagnósticos crescendo à medida que a pessoa envelhece.

 

Além disso, podem ser notados como outros fatores de risco: 

 

Anamnese e quadro clínico

O diagnóstico da Doença de Alzheimer é baseado na história clínica do paciente e de sua família, sendo fundamental a presença de sintomas cognitivos ou comportamentais que comprometam a funcionalidade do indivíduo. 

No entanto, o exame neurológico, nas fases iniciais, geralmente não revela alterações significativas. A progressão da doença varia de pessoa para pessoa, e a duração total pode ser de cerca de 12 anos, embora possa variar entre 2 e 25 anos, dependendo do caso. Fatores como idade, sexo e gravidade da doença influenciam diretamente na sobrevida dos pacientes.

É essencial que os diagnósticos diferenciais, como depressão e estado confusional agudo (delírio), sejam cuidadosamente excluídos antes de confirmar o diagnóstico de Alzheimer. A evolução clínica da doença pode ser dividida em três fases distintas, que ajudam a compreender o avanço dos sintomas e a adaptação do tratamento ao longo do tempo.

Para avaliar o estado mental de pacientes, são comumente utilizados testes cognitivos que fornecem uma mensuração objetiva das capacidades cognitivas. O Miniexame do Estado Mental (MEEM) é o teste mais utilizado no Brasil e no mundo.

Na versão brasileira, os escores médios variam de acordo com o nível de escolaridade: para analfabetos, a pontuação média é 20; para indivíduos com 1 a 4 anos de escolaridade, é 25; para 5 a 8 anos, é 26,5; para 9 a 11 anos, é 28; e para aqueles com mais de 11 anos de escolaridade, é 29.

Além do MEEM, o Montreal Cognitive Assessment (MoCA) tem se mostrado eficaz no diagnóstico da Doença de Alzheimer. O MoCA é um teste rápido, com duração entre 10 a 20 minutos, e a pontuação máxima possível é 30 pontos. Considera-se normal uma pontuação acima de 26.

Esse teste é particularmente útil para detectar deficiências cognitivas leves e pode ser complementado por outros exames, como o teste de fluência verbal e o teste do desenho do relógio, que também são usados para avaliar diferentes aspectos da função cognitiva.

Em alguns casos, quando a avaliação clínica do médico não é suficiente para confirmar o diagnóstico, um exame neuropsicológico mais detalhado pode ser necessário.

Além disso, existem questionários específicos que podem ser respondidos por cuidadores ou familiares, oferecendo informações adicionais que auxiliam no diagnóstico e no acompanhamento da progressão da doença. Esses testes e avaliações ajudam a construir um quadro mais preciso do estado cognitivo do paciente, permitindo um tratamento mais adequado.

Miniexame do estado mental.

Montreal Cognitive Assessment

Teste de Fluência Verbal

Tratamento

Além de um diagnóstico que abrange diversas possibilidades e particularidades, o tratamento pode seguir duas abordagens distintas, permitindo que o médico escolha a mais adequada e viável para cada paciente, de acordo com suas necessidades específicas e sintomas de Alzheimer.

Não farmacológico

Os principais objetivos deste tratamento são melhorar a funcionalidade, a qualidade de vida e a autonomia dos pacientes. Para isso, é essencial que o cuidado seja realizado por uma equipe multidisciplinar, incluindo nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e enfermeiros.

Os sintomas comportamentais e psicológicos da demência, como agitação e agressividade, devem ser abordados adequadamente. Fatores como a impactação fecal ou desconfortos físicos também precisam ser tratados, pois podem agravar os sintomas.

Importância do acompanhamento

Os familiares e cuidadores devem receber orientação e apoio contínuo, aprendendo técnicas de comunicação adequadas e estratégias para lidar com o paciente. Isso é fundamental para garantir que os cuidados sejam mais eficazes desde o diagnóstico.

Além disso, é importante que as famílias observem as necessidades do paciente e adotem práticas que ajudem a manter a qualidade de vida, respeitando as limitações e promovendo o bem-estar.

 

Farmacológico

O tratamento farmacológico da Doença de Alzheimer visa estabilizar o comprometimento cognitivo e comportamental dos pacientes. As principais medicações disponíveis são os inibidores da acetilcolinesterase (Ache), como donepezila, rivastigmina e galantamina, além da memantina, um antagonista não competitivo dos receptores NMDA de glutamato.

A prescrição de Ache deve começar com a menor dose possível, sendo escalonada a cada 4 semanas até alcançar a dose máxima tolerada. Esses medicamentos são indicados para as fases leve e intermediária da doença, e seus efeitos incluem melhora na cognição e no funcionamento global dos pacientes.

Efeitos do tratamento

Os principais efeitos adversos dos Ache incluem náuseas, vômitos, anorexia, perda de peso, dor abdominal, diarreia, síncope, bradicardia, cefaléia, tontura, fadiga e sonolência.

A memantina, indicada para as fases intermediária e avançada, tem uma dose diária recomendada de 20 mg. Os efeitos colaterais mais comuns da memantina são catalepsia, insônia, agitação, alucinações, diarreia e incontinência urinária.

Além disso, em casos de agitação e agressividade, quando os pacientes não respondem a estratégias não farmacológicas, podem ser utilizados antipsicóticos típicos como tratamento de segunda linha.

 

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