Prevenção do Câncer Colorretal: Quem, Quando e Como?

O câncer colorretal é uma doença tratável e, com diagnóstico precoce, apresenta alta chance de cura. A seguir, saiba quem deve fazer o rastreamento, quais exames estão disponíveis e as recomendações das principais entidades médicas.

1. Por que rastrear?

O rastreamento consiste na realização de exames em pessoas sem sintomas, com o objetivo de identificar pólipos (lesões pré-cancerosas) ou tumores em fases iniciais. Esse tipo de abordagem reduz tanto a incidência quanto a mortalidade por CCR, especialmente pela remoção de lesões precursoras antes que evoluam para câncer invasivo.

2. Quem deve fazer o rastreamento?

Risco médio (sem histórico familiar ou condição pregressa)

Risco elevado (histórico familiar ou síndrome genética)

Se um parente de 1º grau foi diagnosticado com CCR antes dos 60 anos, recomenda-se: – Início do rastreamento aos 40 anos ou 10 anos antes do diagnóstico do familiar — o que ocorrer primeiro; – Colonoscopia a cada 5 anos.

3. Quais exames são recomendados?

De acordo com as diretrizes de 2021 da American College of Gastroenterology (ACG) e da USPSTF, para adultos de risco médio, os seguintes exames são recomendados:

 

Exame Frequência Observações
Colonoscopia a cada 10 anos Padrão-ouro, permite visualização total do cólon e remoção de pólipos
FIT (teste imunológico fecal) anualmente Detecta sangue oculto nas fezes
DNA -FIT (teste de DNA fecal + FIT) a cada 1–3 anos Identifica mutações genéticas fecais; se positivo, realizar colonoscopia
Sigmoidoscopia flexível a cada 5 anos Alternativa — visualiza apenas o reto e parte do cólon
Colonografia por TC a cada 5 anos Exame de imagem 2D/3D, sem sedação, mas sem possibilidade de biópsia
Endoscopia por videocápsula a cada 5 anos Menos usada, não recomendada como primeira escolha
Exame de sangue (Septina -9) Pouco sensível; não recomendado pelas diretrizes ACG

 

4. Realidade no Brasil

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, o rastreamento populacional só é viável se houver estrutura de confirmação diagnóstica e tratamento disponíveis. No Brasil, ainda há barreiras como: – Custos logísticos do teste de sangue oculto nas fezes – Baixa adesão populacional – Risco de excesso de falsos positivos e sobrecarga na colonoscopia

Por isso, a estratégia atual aponta para: 1. Educação em saúde para população e profissionais 2. Acesso imediato à colonoscopia e endoscopia digestiva para casos suspeitos 3. Individualização da decisão entre 76 e 85 anos, conforme características do paciente

5. Recomendações principais

6. Conclusão

O câncer colorretal é uma das neoplasias mais preveníveis por meio do rastreamento adequado. A adoção de protocolos personalizados, com base em diretrizes internacionais e na realidade brasileira, é fundamental para garantir diagnóstico precoce, melhor resultado clínico e uso racional dos recursos do sistema de saúde.

 

7. Referências

  1. MSD Manuals – Rastreamento de Câncer Colorretal. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/tumores-do-trato-gastrointestinal/rastreamento-de-c%C3%A2ncer-colorretal
  2. U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF). Colorectal Cancer: Screening, 2021. Disponível em: https://www.uspreventiveservicestaskforce.org/uspstf/recommendation/colorectal-cancer-screening
  3. Ministério da Saúde – Protocolo clínico para rastreamento de câncer de cólon e reto. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2024/relatorio-preliminar-protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-pcdt-do-adenocarcinoma-de-colon-e-reto
  4. Organização Mundial da Saúde – Rastreamento populacional de CCR no Brasil. Disponível em: https://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2022/05/Protocolo-de-Acao-Programatica-no-Cancer-Colorretal_Prevencao-e-Rastreamento.pdf

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