Será o fim dos tratamentos ineficazes de H. pylori?
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A baixa estatura é definida como altura abaixo de -2 desvios-padrão para idade e sexo, correspondendo ao percentil 2,3. A maioria dos casos é composta por variantes normais de crescimento, como baixa estatura familiar e atraso constitucional do crescimento e puberdade. Entretanto, uma parcela dos pacientes apresenta causas patológicas que exigem investigação estruturada. O documento-base reforça que monitorar crescimento seriado é tão essencial quanto aferir sinais vitais.
O primeiro passo é medir corretamente. Para menores de 2 anos, utiliza-se comprimento recumbente; para maiores de 2 anos, estadiômetro vertical. Erros de técnica e plotagem são causas comuns de falsa suspeita.
Baixa estatura é altura ≤ -2 DP. Altura < -2,25 DP (≤ percentil 1) configura estatura extremamente baixa e exige avaliação especializada.
A velocidade de crescimento deve ser calculada em cm/ano, usando intervalos de no mínimo 6 meses entre medidas. Os valores que sugerem falha de crescimento:
• 2 a 4 anos: <5,5 cm/ano
• 4 a 6 anos: <5 cm/ano
• Após 6 anos: <4 cm/ano (meninos) e <4,5 cm/ano (meninas)
Crianças com baixa estatura e velocidade normal geralmente têm variantes benignas; velocidade reduzida aumenta a chance de causas patológicas.
Utiliza-se a altura dos pais (midparental height). Valores dentro de ± 8,5 cm da altura-alvo sugerem baixa estatura familiar. Quando há grande discrepância entre alturas parentais, considera-se a hipótese de condições genéticas autossômicas dominantes.
A radiografia de mão e punho esquerdos deve ser interpretada por profissional experiente. Atraso ≥20% sugere atraso constitucional de crescimento ou doença sistêmica; avanço ósseo pode ocorrer em puberdade precoce e hiperplasia adrenal. Idade óssea é fundamental para projetar altura final.
• Baixa estatura familiar: pais baixos, idade óssea normal, velocidade normal
• Atraso constitucional: pais com puberdade tardia, idade óssea atrasada, velocidade normal-baixa e puberdade tardia
Ambas requerem apenas monitorização e orientação.
• Doenças gastrointestinais: dor abdominal, diarreia, má absorção (celíaca, Crohn)
• Reumatológicas: artrites, febre, perda ponderal
• Renais: poliúria, edema, hipertensão
• Pulmonares: infecções de repetição, fibrose cística
• Uso de glicocorticoides: impacto dose-dependente no crescimento
• Neoplasias: sintomas sistêmicos, efeitos diretos ou tardios de quimioterapia/radioterapia
• Transtornos nutricionais e psicossociais: perda ponderal ou ganho inadequado
• Hipotireoidismo (constipação, lentificação, ganho de peso)
• Deficiência de GH (baixa velocidade de crescimento, adiposidade, hipoglicemia neonatal)
• Puberdade precoce (desenvolvimento sexual precoce e avanço ósseo)
• Síndrome de Cushing (obesidade central, estrias arroxeadas, face cheia)
• Pseudohipoparatireoidismo (braquidactilia, resistência hormonal)
Essas doenças são causas menos frequentes, mas com tratamentos específicos.
• Síndrome de Turner: pescoço alado, tórax escudado, cubitus valgus
• Madelung deformidade: deformidade típica associada a mutações em SHOX
• Desproporção corporal: suspeita de displasias esqueléticas
A tabela 1 detalha condições como Turner, mutações em SHOX, Noonan e displasias esqueléticas (FGFR3, osteogênese imperfeita).
Exames indicados quando há suspeita clínica ou velocidade reduzida:
• Hemograma, VHS/ PCR
• Eletrólitos, função renal, fosfatase alcalina, albumina
• Sorologias para doença celíaca
• TSH e T4 livre
• IGF-1 e IGFBP-3
• Cariótipo em todas as meninas
• Testes genéticos conforme fenótipo
O arquivo reforça: exames indiscriminados em crianças assintomáticas têm baixíssimo rendimento.
• Monitorar crescimento é a intervenção mais sensível para diagnosticar precocemente doenças crônicas.
• Velocidade de crescimento é o “sinal vital” da infância.
• Idade óssea define prognóstico e orienta conduta.
• Variantes normais são muito mais comuns que causas patológicas.
• Sinais sistêmicos, dismorfias e velocidade reduzida orientam investigação especializada.
Referência
Children and adolescents with short stature: Diagnostic approach. UpToDate, 2025. Reprint oficial fornecido pelo usuário.

Gabriel Henriques Amorim é médico (CRM-SP 272307), especialista em Educação na Saúde pela USP e residente de Medicina de Família e Comunidade no Hospital das Clínicas da FMUSP. No blog da Manole, compartilha conteúdos práticos, baseados em evidências, voltados para o dia a dia do cuidado em saúde.
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