Suplementação de cálcio e vitamina D na osteoporose
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A obesidade infantil consolidou-se como um dos maiores desafios de saúde pública no século XXI. Com prevalência crescente em diversos países e impacto direto no risco cardiometabólico na vida adulta, entender seus determinantes é essencial para médicos que atuam na atenção primária, pediatria e medicina de família.
A seguir, reunimos os principais pontos do conhecimento atual sobre definição, epidemiologia e etiologia da obesidade em crianças e adolescentes, com base nas evidências mais recentes.
Ao contrário do adulto, no qual o IMC utiliza pontos de corte fixos, em crianças e adolescentes a classificação depende do sexo e da idade. O IMC é calculado da mesma forma (kg/m²), mas interpretado com curvas percentílicas específicas.
Os principais pontos são:
Esses thresholds são recomendados porque capturam melhor risco cardiometabólico do que o uso exclusivo de Z-score em extremos de IMC. Crianças com obesidade grave tendem a manter o excesso de peso na vida adulta, configurando uma oportunidade crítica de intervenção precoce.
Dados norte-americanos mostram que cerca de um terço das crianças e adolescentes apresenta excesso de peso. A prevalência de obesidade triplicou desde os anos 1970 e, embora tenha havido um aparente platô em algumas faixas etárias, a obesidade grave segue aumentando progressivamente.
Tendências importantes:
No Brasil, a tendência segue o padrão global: aumento progressivo, especialmente em populações vulneráveis do ponto de vista socioeconômico.
Além disso, o impacto da pandemia de COVID-19 foi marcante: diversas coortes no mundo mostraram aceleração da curva de ganho de peso, sobretudo em crianças de 5 a 11 anos.
A obesidade não é resultado de uma única causa. O fenômeno decorre da interação entre predisposição genética, ambiente obesogênico e determinantes sociais. Entre os principais fatores estão:
Responsáveis pela maior parte dos casos, incluem:
Estudos robustos mostram, por exemplo, que reduzir bebidas açucaradas diminui ganho de peso, que o excesso de telas aumenta ingestão alimentar e que rotinas familiares regulares protegem do desenvolvimento de obesidade.
Embora representem uma fração menor dos casos, são importantes quando há início precoce, hiperfagia intensa, obesidade grave ou história familiar carregada.
Apenas cerca de 1% das crianças com obesidade apresentam causa endócrina. Geralmente, nesses casos, a obesidade vem acompanhada de baixa estatura ou desaceleração do crescimento.
As principais condições:
Exposição intrauterina e fatores precoces de vida influenciam risco metabólico futuro:
Reconhecer o espectro de fatores envolvidos é essencial para conduzir um cuidado integral. Estratégias efetivas incluem:
A atuação do médico na APS, no ambulatório de pediatria ou na atenção especializada é decisiva para modificar trajetórias que, sem intervenção, tendem a se perpetuar por toda a vida.
UpToDate. Definition, epidemiology, and etiology of obesity in children and adolescents. Literature review current through Oct 2025.

Gabriel Henriques Amorim é médico (CRM-SP 272307), especialista em Educação na Saúde pela USP e residente de Medicina de Família e Comunidade no Hospital das Clínicas da FMUSP. No blog da Manole, compartilha conteúdos práticos, baseados em evidências, voltados para o dia a dia do cuidado em saúde.
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