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Manejar e retirar drenos de tórax com segurança

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Cirurgia
Manejar e retirar drenos de tórax com segurança

O manejo de drenos torácicos é rotina em diversas áreas, da cirurgia torácica à clínica médica, e requer decisões precisas sobre indicações, cuidados, monitoramento e momento certo para remoção. 

 

Quando e por que manter um dreno de tórax?

Drenos torácicos são indicados para remoção de ar, sangue, pus ou líquido pleural em situações como:

  • Pneumotórax (traumático ou espontâneo)
  • Derrame pleural parapneumônico ou empiema
  • Hemotórax
  • Pós-operatório de cirurgias torácicas ou cardíacas

O objetivo é restaurar a função pulmonar e prevenir complicações, garantindo drenagem adequada e reexpansão pulmonar.

 

Monitoramento: sinais de que o dreno está cumprindo seu papel

A avaliação diária é fundamental. O médico deve verificar:

  • Volume e aspecto da drenagem (ex.: serossanguinolento esperado no pós-operatório, mas pus ou sangue em grande quantidade merecem atenção)
  • Presença de fuga aérea (borbulhamento contínuo pode indicar fístula)
  • Radiografia de tórax para avaliar reexpansão pulmonar e posicionamento do dreno

Ponto de atenção: obstruções podem ocorrer – é preciso checar conexões, fixação e funcionamento do sistema coletor.

 

Quando remover o dreno?

  • Resolução radiológica do problema
  • Volume drenado baixo (geralmente <200 mL/24h em derrames; critérios específicos em pneumotórax)
  • Ausência de fuga aérea por 12 a 24 horas

A retirada deve ser feita com técnica asséptica e, preferencialmente, durante manobra expiratória ou de Valsalva para evitar entrada de ar.

 

Cuidados após a retirada

  • Realizar curativo oclusivo
  • Solicitar radiografia de controle em 4 a 6 horas (ou antes se houver sintomas)
  • Orientar paciente a relatar dispneia ou dor súbita

O manejo seguro de drenos torácicos requer atenção diária, comunicação clara com a equipe e conhecimento dos critérios de retirada. Um dreno retirado cedo demais pode levar a recorrência do problema; mantê-lo por tempo excessivo aumenta o risco de infecção e desconforto.

 

Referência:
Light, RW; Feller-Kopman, DJ; Wahidi, MM. Thoracostomy tubes and catheters: Management and removal. UpToDate. Atualizado em 6 de junho de 2024. Revisão da literatura até junho de 2025. Disponível em: www.uptodate.com

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