
O que é neurossífilis e por que ela ainda desafia os médicos?
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Escrito por: Equipe Manole
A ascensão das apostas esportivas transformou a prática de jogos de azar em uma atividade comum e potencialmente problemática. Para profissionais de saúde, é essencial compreender os mecanismos que levam ao vício em jogos de azar e suas implicações na saúde mental dos pacientes.
Os jogos de azar ativam áreas específicas do cérebro, ligadas ao sistema de recompensa, como o córtex pré-frontal e o sistema límbico. Estas regiões são responsáveis pela tomada de decisões e pela regulação emocional.
A expectativa de ganho gera um aumento na dopamina, neurotransmissor associado ao prazer, levando a uma resposta emocional intensa que pode se traduzir em comportamentos de busca por recompensa.
Essas reações podem ser semelhantes às observadas em dependências químicas, o que destaca a necessidade de intervenções focadas na modulação da resposta emocional e na reavaliação das crenças distorcidas sobre o controle dos resultados.
A resposta é simples:o ato de jogar é divertidíssimo. Como já diz o nome, somente o ato de se propor à atividade é entretenimento. Além disso, o entretenimento é misturado com aquela incerteza, aquele frio na barriga da “vitória” ou da “derrota”, além da empolgação acaba excitando o jogador a sustentar sua decisão de participar.
Tirando a gratificação final, um dos principais fatores determinantes para uma pessoa é a primeira gratificação, o primeiro gatilho para a absorção da prática. Com isso, essa sensação inicial é um fator determinante para que o jogo encontre seu engajamento
Aliado à gratificação, também existe a facilidade. Com a evolução da tecnologia nunca foi tão fácil jogar e apostar.
Casas de apostas, jackpots, roletas, caça níqueis e slots populares, tudo na palma da sua mão. Os smartphones são os grandes responsáveis pelo condicionamento ao vício em jogos. Para efeito ilustrativo, de acordo com uma pesquisa da Comscore, desde 2019, o tempo dedicado aos jogos no país cresceu 281%.
Estudos revelam uma alta prevalência de comorbidades entre indivíduos com transtornos de jogo, incluindo transtornos de humor, ansiedade e uso de substâncias. A interação entre esses fatores torna o tratamento ainda mais complexo.
É importante que os médicos considerem a avaliação do comportamento de apostas em pacientes com histórico de problemas mentais, dado que 96% dos indivíduos em tratamento para transtornos de jogo apresentam outro transtorno mental.
Fatores de risco incluem:
O “efeito telescópio” é uma característica importante a ser considerada, pois sugere que mulheres podem desenvolver problemas com apostas em idades mais avançadas, frequentemente após eventos de vida significativos, e com uma progressão mais rápida em relação aos homens. Essas informações são cruciais para intervenções direcionadas, que devem levar em conta o perfil demográfico e as motivações de cada paciente.
Com o vício em jogos de azar, o jogador começa a ter efeitos químicos e neurológicos, mas sem nunca senti-los aparentemente. A pergunta: “como parar com o vício em apostas?” não chega a passar pela cabeça do paciente por conta da falta de reconhecimento das práticas como um problema.
Por um lado, o paciente pode optar por apostar por conta de um reforço positivo, gatilho que tenta trazer emoções prazerosas, principalmente pelo lado dos pacientes com impulsos anti-sociais.
Por outro lado, também há a questão do reforço negativo. Em certos grupos, como os vulneráveis emocionalmente, o vício em jogos, muitas vezes, vem da necessidade de se desprender de sensações negativas previamente estabelecidas à pessoa.
No final, a pessoa acaba criando crenças erradas, que invalidam as consequências prejudiciais de seu vício em apostas ou jogos. Nesse caso, a ação de negação involuntária, também conhecida como falácia do jogador, está associada ao sentimento de “quase vitória”, trazendo aquela liberação química do prazer que leva ao vício.
As intervenções devem ser em diversas frentes tanto em aspectos cognitivos quanto comportamentais. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem se mostrado eficaz, abordando distorções cognitivas comuns, onde o indivíduo acredita erroneamente que pode prever ou controlar os resultados. O tratamento deve focar em reestruturar essas crenças e promover estratégias de enfrentamento mais saudáveis.
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CLÍNICA PSIQUIÁTRICA: Jogos de Azar
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