Crescimento infantil na prática clínica
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A esquizofrenia é um transtorno com psicose crônica ou recorrente, alto impacto funcional e grande ônus econômico-social. Reconhecer precocemente os sinais, estruturar a avaliação diagnóstica e diferenciar de outros quadros psicóticos/mood é decisivo para o prognóstico e segurança do paciente.
A esquizofrenia cursa com psicose persistente e déficits em funcionamento social e ocupacional, figurando entre as doenças com maior contribuição para a carga global, segundo compilação frequentemente citada pela OMS. Trata-se de um transtorno crônico/recorrente com grande impacto funcional e econômico, reforçando a necessidade de abordagem precoce e contínua pela APS e pela psiquiatria.
Delírios (persecutórios, de referência, bizarros), alucinações sobretudo auditivas, desorganização do pensamento/linguagem e comportamento marcadamente desorganizado. Observe risco associado (agitação, impulsividade).
Avolição, anedonia, embotamento afetivo, alogia e redução da iniciativa. Esses domínios correlacionam-se com pior funcionamento e são preditores de desfechos a longo prazo. O UpToDate destaca ainda subtipos como “schizophrenia deficit”, com predominância negativa e pior curso.
Déficits de atenção, memória de trabalho, velocidade de processamento e funções executivas são centrais e impactam adesão, autonomia e reabilitação psicossocial. Comprometimento de insight é frequente e deve ser rastreado sistematicamente.
O curso é heterogêneo, com exacerbações e remissões parciais; muitos pacientes mantêm sintomas residuais e limitações funcionais, exigindo seguimento longitudinal e estratégias de manutenção. A literatura sintetizada pelo UpToDate enfatiza cuidado multidisciplinar e manejo ativo de não adesão, elementos críticos de qualquer plano terapêutico.
A confirmação baseia-se nos critérios do DSM-5-TR: presença de sintomas psicóticos característicos, duração mínima e prejuízo funcional, excluindo transtorno esquizoafetivo, transtornos do humor com características psicóticas, uso de substâncias e condições médicas.
Para o médico de família, generalista e psiquiatra: descreva bem a linha do tempo, documente sintomas positivos/negativos/cognitivos, exclua causas secundárias e defina o grau de prejuízo funcional. Estruture o seguimento com metas de adesão e reabilitação + vigilância de risco. A abordagem organizada desde a APS reduz atrasos diagnósticos e melhora desfechos funcionais.
Referência
Fischer BA, Buchanan RW. Schizophrenia in adults: Clinical features, assessment, and diagnosis. UpToDate. Literature review current through Oct 2025; last updated Mar 14, 2025. Acesso em 3 nov 2025.

Gabriel Henriques Amorim é médico (CRM-SP 272307), especialista em Educação na Saúde pela USP e residente de Medicina de Família e Comunidade no Hospital das Clínicas da FMUSP. No blog da Manole, compartilha conteúdos práticos, baseados em evidências, voltados para o dia a dia do cuidado em saúde.
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